quarta-feira, 12 de setembro de 2012

BRT TransOeste ... C&M in Rio


Um dos principais motivos da ida do Camisas & Manias ao RJ, além de outros motivos particulares e familiares, era também, de conhecer e ver o funcionamento do novo MODAL de transporte em massa da cidade: O BRT TransOeste.

O blog já fez uma matéria sobre o sistema em si, especificando funcionamento, mobiliário e etc... Se quiser ver antes: CLIQUE AQUI para acessar o POST... ou clique no Banner abaixo: 


Nesta postagem de hoje, será abordada a visita que fiz, as considerações e a opinião do blog (que é fanático por mobilidade urbana) sobre o TransOeste.

A visita iniciou-se por um dos extremos do sistema, o TERMINAL ALVORADA, localizado na Barra da Tijuca (RJ)...


Apesar de oficialmente inaugurado em junho/julho deste ano, o sistema ainda está em fase inicial de implantação. Esse fato é notóriamente comprovado pela situação do Terminal Alvorada, que está com seu mobiliário operacional estruturalmente temporário. Não só com relação ao BRT TransOeste mas com relação ao terminal como um todo. Pode-se dizer na verdade, que está um verdadeiro “canteiro de obras”, nas finalizações de plataformas e serviços. Através da foto abaixo é possível confirmar isso:

Ferramentas, operários e material dividem espaço com usuários na plataformas

Apesar disso, é possível transitar sem problemas.  Nota-se o grande número de ônibus já caracterizados como alimentadores nas plataformas.


Muitos colaboradores/funcionários ajudam os usuários no embarque, com informações sobre partidas e mostrando sempre, de onde partirá o próximo serviço EXPRESSO e o PARADOR. Com isso, os usuários não ficam perambulando perdidos nos mezaninos.



Ainda assim, com vários banners informativos, com funcionários indicando, foi possível perceber muitos usuários perdidos, e acessando ônibus de serviços que não queriam (Entre serviço Expresso e Parador). Aí, pessoal, não tem jeito... É percepção pessoal e atenção de cada indivíduo. Eu que vinha de fora, em poucos minutos já sabia onde ir e qual ônibus acessar. Há vários banners, setas, e funcionários. Ainda assim, percebi alguma “correria” de pessoas trocando de ônibus por ter errado o serviço. Falta de atenção mesmo!


Fiquei uns minutos observando o fluxo intenso, e percebi outra situação: A maioria absoluta dos usuários no Terminal Alvorada opta pelo serviço Expresso, causando com isso, a lotação do serviço. A fila do Expresso na plataforma é constante, mas possui giro rápido. Os ônibus já partem cheios (Isso que era um sábado!), enquanto no serviço parador, a situação era tranquila, e os ônibus partiam praticamente vazios.


Depois de mais alguns minutos na plataforma, embarquei em um serviço PARADOR (imagens acima) para seguir e conhecer o trajeto.

Realmente o trajeto é muito rápido. A possibilidade de manter a velocidade operacional em 80 km/h é um trunfo considerável, ainda mais ante ao pesado trânsito da Avenida das Américas (mesmo em um sábado!). Todas as vantagens do sistema BRT são muito bem aproveitadas no TransOeste. Velocidade, praticidade de acesso às estações, e fluxo livre (com um congestionamento dos infernos nas Américas!).

Em 15 minutos (impressionante!) já estávamos passando pelo novíssimo túnel da Grota Funda, que reduziu em pelo menos 30 minutos a transposição da serra homônima. Sem contar o aumento da sensação de segurança, pois o trajeto pela serra era (é) muito sinuoso, e perigoso mesmo!

* Túnel da Grota Funda - Imagens Google *

Em seguida, o trecho converte-se por Guaratiba até a estação Pingo D’água, que funciona da mesma maneira que a estação Magarça, como um mini-terminal de transição para linhas alimentadoras da região.

Dali em diante, desde a estação Pingo D’água até a última parada, estação Santa Cruz, o sistema abandona as vias segregadas e passa a compartilhar o trânsito com demais veículos. Porém, por incrível que possa parecer, tudo transcorre sem maiores problemas, e em conversas com os condutores, soube que naquele trecho ainda não houveram atropelamentos e nem acidentes graves, como os ocorridos nos trechos segregados. Uma Incrível ironia e um surreal paradoxo...


O local escolhido para receber o complexo mobiliário da estação final de Santa Cruz é complicado. Bem no centro do bairro, está num local com espaço muito reduzido – considero um verdadeiro “milagre” terem obtido êxito na instalação por lá – e movimentado. Com isso o espaço util no interior das estações é menor, mas nem por isso, menos confortável.


Ali é necessário uma atenção maior dos operadores dos articulados. Outro detalhe: Uma das reclamações dos usuários era a grande distância entre a estação BRT e a estação ferroviária da Supervia. Não entendi, pois elas são equidistantes cerca de 50 metros no máximo.... Tanto que no retorno, o ônibus é obrigado à fazer um contorno que passa justamente em frente à estação (imagem abaixo)... Ou seja, esta afirmação não PROCEDE. As duas estações são próximas entre elas.


O contorno obrigatório ali na região do centro comercial de Santa Cruz é muito complicado. Ruas estreitas, movimentadas ao extremo, e ainda por cima com alguns articulados que ficam estacionados numa viela próxima, aguardando horário para entrar em linha, e ocasionam ainda mais confusão ao já caótico trânsito (Isso que era um sábado!).


O retorno da visita foi até a parada na estação Recreio Shopping, para uma melhor análise de uma das estações do trecho.


É uma estação de fluxo moderado (devido ao Shopping homônimo) e com isso opera com os dois serviços (Parador e Expresso). A estrutura mobiliária e funcional da estação é fenomenal.  Ampla, com fácil acesso, e muito bem sinalizada.


Layout bonito, moderno e funcional. Ótima acessibilidade para portadores de mobilidade reduzida. Mezanino agradável. Entrada moderna, e que proporciona conforto aos funcionários (cabine de cobrança fechada), catracas eletrônicas...


A mesma estrutura dessa estação pode ser extendida as demais do trecho. Aliás, a sinalização de segurança é o que não falta no entorno das estações: 



O sistema de bilhetagem requer que seja adquirido um cartão (Bilhete Único Carioca - Imagem abaixo) pelo valor de R$ 1,00. Ou seja, se você não possui o cartão, ou é um turista, ou está de passagem pela cidade... Não adianta. Vai desembolsar R$ 1,00 + R$ 2,75 da passagem. Bem, eu trouxe um "souvenir" para Curitiba (Além do que toda vez que eu for no RJ bastará recarregá-lo e usar - ele é válido em quase todos os sistemas de transporte da cidade).




Na prática, as estações do BRT seguem a temática das estações metroviárias. Na imagem acima, pode-se ver, mais ao canto, uma máquina de recarga automática que é muito simples e rápida de ser operada pelo próprio usuário.

Em todas as estações, além dos funcionários, há no mínimo, um segurança de plantão. 


As plataformas são amplas, com o acesso em nível dos usuários aos ônibus. As divisórias são de vidro temperado e as portas abrem automaticamente quando o veículo encosta. Nas estações com compartilhamento de serviços (Expresso e Parador), o embarque/desembarque são feitos em plataformas diferentes. 

Agora... O “vedete” – pelo menos eu considero – do sistema:


O sistema ON-LINE GPS que informa em tempo REAL a localização da frota aos usuários na estação.

A visita estava chegando ao fim. E pelo monitor meu Expresso (sentido Santa Cruz) estava se aproximando... Ôpa... Certinho... Olha ele aí:


E cheio!!! Mas dava para entrar, rs... Acho por que era um sábado! E dali, para estação Magarça, de onde ia para o Terminal de Campo Grande, encontrar um amigo, Xará... Anderson Guerra, motorista da Viação Mauá...


Considerações FINAIS

Minhas expectativas sobre o sistema foram bem satisfeitas, mas com algumas moderações necessárias:

- Creio ser um equívoco não optarem por modelos bi-articulados, principalmente no serviço EXPRESSO (que é mais procurado), principalmente nos dias úteis. Aos finais de semana, devido à queda natural dos usuários, poderia-se optar pelo uso de somente articulados. Essa regra nos paradores não seria usual, mas um número maior de carros pode ser aconselhável.

- A regra dos bi-articulados deveria valer na época sazonal de praia (verão) que o serviço será muito procurado.

- EDUCAÇÃO deve ser propagada de forma inexorável aos usuários. Percebi algumas manias sendo incorporadas, como os passageiros descerem dos ônibus e descer diretamente para a via, sem fazer uso da saída normal das estações. Um ônibus pode sair e sem querer acabar esmagando algum passageiro contra a parede da estação. As situações de atropelamentos e colisões são e serão (infelizmente) uma constante até que a população se habitue com o sistema. É questão de Educação, nada mais. Aqui em Curitiba  o sistema existe desde 1974 e até hoje esses acidentes ainda ocorrem.

- Combate ao vandalismo. Percebi que infelizmente alguns ônibus e algumas estações já sofreram ataques de vândalos.

- Estações no meio do nada... Alguém poderia me explicar o motivo de construir as estações EMBRAPA e CtEX??? Não há nada no entorno além dessas instituições, e creio que a maioria dos que lá trabalham façam uso de carro próprio. No mais é só... mato!!! Em tempo: No dia da visita essas estações estavam fechadas (inoperantes-ainda não foram inauguradas), bem como mais outras quatro ou cinco estações.

O Rio de Janeiro está de parabéns. O BRT TransOeste se inspirou no sistema aqui de Curitiba, mas optou por fazer uso do mobiliário existente desde 2000 na cidade de Bogotá (Colômbia). Nosso sistema (RIT) de Curitiba é o pioneiro no BRT no mundo, mas está obsoleto no quesito de mobiliário de estações (com exceção das estações alocadas na LINHA VERDE). Acredito que seria hora de deixar a vaidade de lado e aprender com outros sistemas que se inspiraram no da nossa cidade, mas que propiciaram melhorias.  Ainda com relação ao Rio de Janeiro, está em fase de construção outro eixo de BRT, o TransCarioca que abrangerá regiões mais densamente povoadas e de pontos importantes de convergência, como o Aeroporto do Galeão, bairros vultuosos como Penha, Madureira e Jacarepaguá. A temática neste eixo deverá, com certeza, ser diferenciada.

Curiosidade...:

O sistema já rendeu algumas peculiariedades... 

Miniaturas:

* Miniaturas:  Acima modelo VIALEBRT e abaixo modelo MEGABRT *

Gostou? O Edson Freitas (Edson For Buss) confecciona.   Entre em contato para orçamentos:


E, o blogueiro aqui já converteu os modelos para o mundo do jogo simutrans:


Ok, pessoal... Esta foi a visita do blog ao TransOeste-RJ. Espero que tenha rendido um post legal... Valeu!!!
Obrigado pela Visita !!!

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