terça-feira, 4 de setembro de 2012

Teleférico do Alemão ... C&M in Rio


O Camisas & Manias mostra como foi a visita ao teleférico do Complexo do Alemão...


Em julho de 2011, a SuperVia iniciou a operação de transporte de passageiros em um Teleférico. Este é o primeiro transporte de massa por cabos do Brasil, conhecido como Teleférico do Alemão.

Foto: A. Vianna ( Camisas & Manias)

Integrado ao sistema de transporte ferroviário, possui seis estações: Bonsucesso, Adeus, Baiana, Alemão, Itararé e Palmeiras. Com 152 gôndolas, tem capacidade para transportar 8 passageiros em cada uma ao longo de seus 3,5 quilômetros de extensão. 

Infográfico: Jornal O Estadão

Foto: A. Vianna ( Camisas & Manias)

A viagem da primeira estação Bonsucesso à última, Palmeiras, dura cerca 16 minutos. De acordo com a lei sancionada pelo município do Rio de Janeiro, cada morador tem direito a duas passagens gratuitas diárias (uma de ida e outra de volta). A tarifa unitária custa R$ 1,00 (Um Real). 

Foto: A. Vianna ( Camisas & Manias)

Foto: A. Vianna ( Camisas & Manias)

Durante os quatro primeiros meses, o sistema passou pela fase de operação assistida. Atualmente, o Teleférico funciona em sua operação plena, de segunda a sexta-feira, das 6h às 21h, sábados, das 8h às 20h, e domingos e feriados, das 9h às 15h.

Foto: A. Vianna ( Camisas & Manias)

INFORMATIVO C&M:

O Complexo do Alemão é um conjunto de treze comunidades da Zona Norte do Rio de Janeiro(Brasil). Durante muitos anos, sua área foi considerada uma das mais violentas da cidade, porém desde 2011 o Estado tem intervindo com esforços pacificadores (UPP's-PM) que juntamente com ações sociais, educação e incentivos econômicos têm trazido resultados positivos ao conjunto.

Foto: A. Vianna ( Camisas & Manias)

Foto: A. Vianna ( Camisas & Manias)

Seu núcleo é o Morro do Alemão. Poucos moradores da cidade sabem que se trata de um bairro oficial, embora parte de sua área seja, muitas vezes, tratada como parte dos bairros vizinhos: Ramos, Higienópolis, Olaria, Inhaúma e Bonsucesso.

Foto: A. Vianna ( Camisas & Manias)

O bairro foi erguido sobre a Serra da Misericórdia. Sua estrutura é vertical, ocupando uma formação geológica de morros e nascentes, quase toda destruída pela construção do complexo. Restam poucas áreas verdes na região, apesar dos esforços de preservação empreendidos por organizações atualmente.

Mapa do complexo do Alemão. Imagem: Google

Na década de 1920, o imigrante polonês Leonard Kaczmarkiewicz adquiriu terras na Serra da Misericórdia, que era então uma região rural da Zona da Leopoldina. O proprietário era referido pela população local como “o alemão” e logo a área ficou conhecida como Morro do Alemão.

Foto: A. Vianna ( Camisas & Manias)

A ocupação no entanto, só começou em dezembro de 1951, quando Leonard dividiu o terreno para vendê-lo em lotes. 

Foto: A. Vianna ( Camisas & Manias)

Ainda nos anos de 1920, se instalou, na região, o Cortume Carioca (imagem abaixo) e, na sequência, muitas famílias de operários se instalaram nas imediações. A abertura da Avenida Brasil, em 1946, acabou por transformar a região no principal pólo industrial da cidade. O comércio e a indústria cresceram e diversificaram-se, mas a ocupação desordenada dos morros adjacentes, acabou por dar lugar às comunidades do Complexo do Alemão.

Fachada do Cortume Carioca. Imagem: Google

Região Administrativa: XXIX R.A.(Complexo do Alemão)
Morro da Baiana, Morro do Alemão, Alvorada, Nova Brasília, Pedra do Sapo, Palmeiras, Fazendinha, Grota, Matinha, Morro dos Mineiros, Reservatório de Ramos, Casinhas, Morro do Adeus e Canitar.

Foto: A. Vianna ( Camisas & Manias)


*** BLOG ***
E o sábado (01 Set) estava mesmo lindo, com céu azul infinito, ótimo para um passeio assim, para se observar cenários ao longe. O teleférico do Alemão foi alocado em um dos pontos mais bacanas do RJ, a Serra da Misericórdia.

Foto: A. Vianna ( Camisas & Manias)

Para se chegar, basta deslocar-se para a estação Bonsucesso da Supervia. Várias linhas de ônibus passam pelo local provindos do centro e demais regiões do Rio, além, claro, da própria linha férrea da Supervia, através de dois ramais: Saracuruna e Gramacho.

Apesar das diversas mudanças (como novas estações, seguranças nas plataformas e trens mais novos) desde meu tempo de RJ, vale ressaltar que se optar por estas últimas, tenha bastante cuidado e viaje com atenção, pois são linhas da Supervia que ainda tem um pouco de problemas no interior dos vagões. Optei por ir para o centro da cidade, e pelo menos neste final de semana, haviam trens antigos e muito mal conservados.

Voltemos ao principal: As instalações do Teleférico são novas, e estão muito bem conservadas neste primeiro ano de vida. A equipe é preparada e bem educada, prestando todas as informações necessárias.  Dá um certo “frio na barriga” no início mas depois do primeiro balanço, é só aproveitar o passeio.


É um passeio relativamente rápido (16 minutos), e ao contrário do que imagina-se, as gôndolas não balançam muito. O cenário é fenomenal. É possível ver boa parte do Rio de Janeiro, com ênfase no próprio Complexo, a Igreja da Penha, A Baía de Guanabara e boa parte da zona norte da cidade.  Cada estação possui sua peculiariedade, mas para passeio turístico, o mais usual é ir ao último estágio, a estação Palmeiras. Lá em cima, a visão geral é muito bacana. Até algumas partes da Serra da Misericórdia, ainda intocadas é possível ver (Bem como a famosa trilha onde houve aquela fuga em massa na época da pacificação). Uma das sedes da UPP do complexo fica ali, ao lado da estação, e foi possível ver, alguns PM’s e algumas crianças “batendo uma bolinha” de forma alegre e natural...

Foto: A. Vianna ( Camisas & Manias)

É uma sensação muito agradável poder escutar as crianças gargalhando, jogando bola, ou soltando pipas ao ar livre, do que chorando, com medo, embaixo de mesas e cadeiras em momentos de violência. Esse momento alegre me fez viajar e lembrar de minha feliz infância em Realengo.

Conversei um pouco com alguns moradores (que montaram comércio ali ao lado) e todos foram unânimes em afirmar que a vida no complexo já mudou bastante e segue mudando... Que tudo melhorou. Oportunidades de emprego e educação. Melhorias que vieram com a pacificação, como urbanização de áreas degradadas. Crianças que não tinham opção - senão engrossar as fileiras do tráfico. Ao descer, entre um trecho de estações, um senhor me acompanhou na gôndola, e ressaltou novamente tudo isso. A população de bem do complexo está orgulhosa e feliz com as ações que vão muito além do teleférico, e estão alterando o ritmo de vida nas comunidades, mas fazem questão de dizer que o teleférico é sim, o símbolo desta mudança.

Ao chegar à base do sistema (Estação Bonsucesso), tempo para apreciar uma exposição comemorativa ao 1º ano de operação do teleférico, com informações sobre as ações, fotos e também dados técnicos sobre o teleférico e sua construção. Duas das imagens expostas, captei:



Dali, rumei ao centro do RJ e depois ainda teria O BRT TransOeste para conhecer... Mas aí já é matéria para outro post... Até lá!

Site/Página da SUPERVIA (operadora do Teleférico)

Obrigado pela Visita !!!

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