O Camisas & Manias mostra como foi a visita
ao teleférico do Complexo do Alemão...
Em julho de 2011, a
SuperVia iniciou a operação de transporte de passageiros em um Teleférico. Este é o primeiro transporte de massa por cabos do Brasil, conhecido como Teleférico do
Alemão.
Foto: A. Vianna ( Camisas & Manias)
Integrado ao sistema
de transporte ferroviário, possui seis estações: Bonsucesso, Adeus, Baiana,
Alemão, Itararé e Palmeiras. Com 152 gôndolas, tem capacidade para
transportar 8 passageiros em cada uma ao longo de seus 3,5 quilômetros de
extensão.
Infográfico: Jornal O Estadão
Foto: A. Vianna ( Camisas & Manias)
A viagem da primeira
estação Bonsucesso à última, Palmeiras, dura cerca 16 minutos. De acordo com a
lei sancionada pelo município do Rio de Janeiro, cada morador tem direito a duas
passagens gratuitas diárias (uma de ida e outra de volta). A tarifa unitária
custa R$ 1,00 (Um Real).
Foto: A. Vianna ( Camisas & Manias)
Foto: A. Vianna ( Camisas & Manias)
Durante os quatro
primeiros meses, o sistema passou pela fase de operação assistida. Atualmente, o
Teleférico funciona em sua operação plena, de segunda a sexta-feira, das 6h às
21h, sábados, das 8h às 20h, e domingos e feriados, das 9h às 15h.
Foto: A. Vianna ( Camisas & Manias)
INFORMATIVO C&M:
O Complexo do Alemão é
um conjunto de treze comunidades da Zona Norte do Rio de Janeiro(Brasil).
Durante muitos anos, sua área foi considerada uma das mais violentas da
cidade, porém desde 2011 o Estado tem intervindo com esforços pacificadores
(UPP's-PM) que juntamente com ações sociais, educação e incentivos econômicos têm trazido resultados positivos ao conjunto.
Foto: A. Vianna ( Camisas & Manias)
Foto: A. Vianna ( Camisas & Manias)
Seu núcleo é o Morro
do Alemão. Poucos moradores da cidade sabem que se trata de um bairro oficial,
embora parte de sua área seja, muitas vezes, tratada como parte dos bairros
vizinhos: Ramos, Higienópolis, Olaria, Inhaúma e Bonsucesso.
Foto: A. Vianna ( Camisas & Manias)
O bairro foi erguido
sobre a Serra da Misericórdia. Sua estrutura é vertical, ocupando uma formação
geológica de morros e nascentes, quase toda destruída pela construção do
complexo. Restam poucas áreas verdes na região, apesar dos esforços de
preservação empreendidos por organizações atualmente.
Mapa do complexo do Alemão. Imagem: Google
Na década de 1920, o
imigrante polonês Leonard Kaczmarkiewicz adquiriu terras na Serra da
Misericórdia, que era então uma região rural da Zona da Leopoldina. O
proprietário era referido pela população local como “o alemão” e logo a área
ficou conhecida como Morro do Alemão.
Foto: A. Vianna ( Camisas & Manias)
A ocupação no entanto,
só começou em dezembro de 1951, quando Leonard dividiu o terreno para
vendê-lo em lotes.
Foto: A. Vianna ( Camisas & Manias)
Ainda nos anos de 1920,
se instalou, na região, o Cortume Carioca (imagem abaixo) e, na sequência, muitas famílias de
operários se instalaram nas imediações. A abertura da Avenida Brasil, em 1946,
acabou por transformar a região no principal pólo industrial da cidade. O
comércio e a indústria cresceram e diversificaram-se, mas a ocupação
desordenada dos morros adjacentes, acabou por dar lugar às comunidades do Complexo do Alemão.
Fachada do Cortume Carioca. Imagem: Google
Região Administrativa: XXIX R.A.(Complexo do Alemão)
Morro da Baiana, Morro
do Alemão, Alvorada, Nova Brasília, Pedra do Sapo, Palmeiras, Fazendinha, Grota,
Matinha, Morro dos Mineiros, Reservatório de Ramos, Casinhas, Morro do Adeus e Canitar.
Foto: A. Vianna ( Camisas & Manias)
*** BLOG ***
E o sábado (01 Set) estava mesmo lindo, com céu azul infinito,
ótimo para um passeio assim, para se observar cenários ao longe. O teleférico do Alemão
foi alocado em um dos pontos mais bacanas do RJ, a Serra da Misericórdia.
Foto: A. Vianna ( Camisas & Manias)
Para se chegar, basta deslocar-se para a estação
Bonsucesso da Supervia. Várias linhas de ônibus passam pelo local provindos do
centro e demais regiões do Rio, além, claro, da própria linha férrea da
Supervia, através de dois ramais: Saracuruna e Gramacho.
Apesar das diversas mudanças (como novas
estações, seguranças nas plataformas e trens mais novos) desde meu tempo de RJ,
vale ressaltar que se optar por estas últimas, tenha bastante cuidado e viaje
com atenção, pois são linhas da Supervia que ainda tem um pouco de problemas no
interior dos vagões. Optei por ir para o centro da cidade, e pelo menos neste
final de semana, haviam trens antigos e muito mal conservados.
Voltemos ao principal: As instalações do Teleférico são novas, e estão
muito bem conservadas neste primeiro ano de vida. A equipe é preparada e bem
educada, prestando todas as informações necessárias. Dá um certo “frio na barriga” no início mas
depois do primeiro balanço, é só aproveitar o passeio.
É um passeio relativamente rápido (16 minutos),
e ao contrário do que imagina-se, as gôndolas não balançam muito. O cenário é
fenomenal. É possível ver boa parte do Rio de Janeiro, com ênfase no próprio
Complexo, a Igreja da Penha, A Baía de Guanabara e boa parte da zona norte da
cidade. Cada estação possui sua
peculiariedade, mas para passeio turístico, o mais usual é ir ao último
estágio, a estação Palmeiras. Lá em cima, a visão geral é muito bacana. Até algumas
partes da Serra da Misericórdia, ainda intocadas é possível ver (Bem como a
famosa trilha onde houve aquela fuga em massa na época da pacificação). Uma das sedes da
UPP do complexo fica ali, ao lado da estação, e foi possível ver, alguns PM’s e
algumas crianças “batendo uma bolinha” de forma alegre e natural...
Foto: A. Vianna ( Camisas & Manias)
É uma sensação muito agradável poder escutar as
crianças gargalhando, jogando bola, ou soltando pipas ao ar livre, do que
chorando, com medo, embaixo de mesas e cadeiras em momentos de violência. Esse momento alegre me fez viajar e lembrar de minha feliz infância em Realengo.
Conversei um pouco com alguns moradores (que montaram
comércio ali ao lado) e todos foram unânimes em afirmar que a vida no complexo já mudou bastante e segue mudando... Que tudo melhorou. Oportunidades de emprego e educação. Melhorias que
vieram com a pacificação, como urbanização de áreas degradadas. Crianças que
não tinham opção - senão engrossar as fileiras do tráfico. Ao descer, entre um
trecho de estações, um senhor me acompanhou na gôndola, e ressaltou novamente
tudo isso. A população de bem do complexo está orgulhosa e feliz com as ações
que vão muito além do teleférico, e estão alterando o ritmo de vida nas comunidades, mas fazem questão de dizer que o teleférico é sim, o símbolo desta mudança.
Ao chegar à base do sistema (Estação
Bonsucesso), tempo para apreciar uma exposição comemorativa ao 1º ano de
operação do teleférico, com informações sobre as ações, fotos e também dados
técnicos sobre o teleférico e sua construção. Duas das imagens expostas, captei:
Dali, rumei ao centro do RJ e depois ainda teria
O BRT TransOeste para conhecer... Mas aí já é matéria para outro post... Até
lá!
Site/Página da SUPERVIA (operadora do Teleférico)
Obrigado pela Visita !!!
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