O cinema nacional sempre me impressionando.
Dedilhando pelos canais da TV, decidi assistir este filme, e sinceramente, que ótima escolha!
Ao longo de um dia tenso na emergência, na sala de trauma e
no centro cirúrgico, acompanhamos o trabalho do cirurgião Evandro (Júlio Andrade) e equipe em
três casos que requerem cirurgias de risco: um traficante, um policial militar
e uma criança de família rica, todos feridos durante um tiroteio numa favela
próxima ao hospital. Enfrentando a urgência, as condições limitadas do hospital
e a pressão de parentes e outras pessoas ligadas aos pacientes, Evandro vai se
ver diante de escolhas difíceis para fazer tudo o que é possível e tentar o
impossível.
ELENCO:
TRAILER:
PITACO do C&M:
AVISO
do C&M:
As observações e notas do blog, não são, de maneira nenhuma, o retrato ou
consenso comum de opinião. É só uma simples e humilde opinião do blog, na forma
de um simples bate-papo cinéfilo.
< ALERTA DE SPOILER! >
Estamos em um "debilitado" e velho hospital no Rio de Janeiro que fica nas cercanias
de uma comunidade em guerra.
Logo no início do filme já nos deparamos com a
figura do Dr. Evandro (Júlio Andrade) deixando seu plantão, esgotado
fisicamente e fazendo um rápido “lanche” na entrada do prédio. Os tiros ao
fundo e o diálogo com o amigo dono da barraca do lanche já nos dão o indício de
que o título do filme é muito correto.
Daí em diante é uma propulsão de fatos que nos mostram como
é o dia-a-dia de equipes de médicos em certos hospitais pelo Brasil – que mais
se assemelham à um hospital de campanha.
Mas o filme não é só isso.
A história mostra de maneira rápida e inteligente, todas as
faces de situações adversas e escolhas necessárias e suas consequências.
Quando chegam ao Hospital, baleados, um traficante, um
policial e uma criança – tendo somente duas salas de procedimentos cirúrgicos e
uma escassa equipe, isso se evidencia.
Enquanto o oficial da equipe policial “exige” que o policial
tenha prioridade no atendimento, o Dr. Evandro e equipe querem cuidar do caso
mais grave – o traficante – e por cima disso tudo, temos o menino atingido por
uma bala perdida quando passava por uma avenida próxima e é filho de um
influente dono de jornal. E adivinhem? No calor das ações, O Dr. Evandro
despacha o residente para verificar a situação do menino – mas depois de um
erro de diagnóstico – a situação piora e a criança também precisa entrar em
cirurgia imediatamente.
A pressão é contínua de todos os lados. Somando-se a isso,
temos um hospital extremamente precário e escasso de recursos materiais e
humanos, a guerra do tráfico e troca de tiros entre bandidos e PMs ao lado, e
ainda um "blackout" de energia agoniante.
No desenrolar rápidos dos fatos, temos uma reviravolta
súbita quando os traficantes invadem o hospital atrás do outro bandido ferido,
ocasionando, como um castelo de cartas, um infarto em um dos membros da equipe
do hospital, que é na minha opinião o grande momento do filme. Improvisações,
nervosismo, discussões e tensão resumem esta parte final da película e não nos
deixam tirar o olho da tela para ver o ato final.
Infelizmente, nem tudo são flores. Há uma certa perda de
senso no roteiro, ao incluírem um take de “atração/sexo” forçado entre a Dra.
Carolina (Marjorie Estiano) e Dr. Paulo (ìcaro Silva), que não tem um motivo
plausível de estar ali na trama. E, sinceramente... nem precisava! Pô, a mulher
estava no seu primeiro dia de trabalho no hospital!!! Esse tipo de atração, de
envolvimento leva mais um pouco de tempo, pessoal!!! Basta ver o que ocorreu
com os protagonistas da série Unidade Básica – Pô era visto que desde o
primeiro episódio eles iam “se pegar”, mas seguiram uma certa lógica e isso
demorou um pouco por lá... Normal.
Ao mesmo tempo - merecido o grande elogio aqui - em numa
sequência muito rápida e inteligente, termos o motivo do “inferno interno” da
vida do Dr. Evandro, evidenciado num rápido diálogo dele com Ana Lúcia (Andréa
Beltrão).
Mas o filme cumpre um papel bacana: de evidenciar o quanto
pode ser terrível, certos plantões de médicos, enfermeiros e outros
profissionais num cenário mórbido e com total ausência do estado. Em todo o
momento do filme, temos um Dr. Evandro transtornado, fatigado e altamente
dependente de drogas (remédios) para se manter ativo no plantão.
Atentar para dois momentos que mostram perfeitamente o espírito
de improviso: No início, quando o socorrista do SAMU “implora” pela sua maca e
depois quando o eletricista está verificando a caixa de energia e recebe a
ordem de –“ Faz logo esse gato! ” ...
Sem contar o resgate da velha e encostada máquina de circulação
mecânica, para a Operação em Samuel (Stepan Nercessian).
Pode ter um “furo” aqui e acolá, mas não
prejudica a totalidade. É um filme com um tempo excelente de exibição – não
cansa e arrisco dizer, na medida certa.
Evolução: A capacidade do filme em deixar o espectador "ligado" na tela.
N/A = Não aplicável ou em cenas mínimas.
* Trilha sonora, fotografia.
Muito bom ! Prendeu minha atenção
ResponderExcluir