A Invasão da Baía dos Porcos (conhecida como La Batalla de Girón, em Cuba), foi uma tentativa frustrada de invasão do sul de Cuba por forças de exilados cubanos anticastristas formados pelos Estados Unidos. Com o apoio das forças armadas dos Estados Unidos, treinados e dirigidos pela CIA, tentaram invadir Cuba em Abril de 1961 para derrubar o governo socialista e assassinar o líder cubano Fidel Castro.
Capa da revista LIFE de 1961/1962
Localização da baía dos Porcos na ilha de Cuba
O plano foi lançado em abril
de 1961, menos de três
meses depois de John F. Kennedy ter assumido a presidência dos Estados Unidos.
A ousada e arriscada ação terminou em um fracasso.
As forças armadas
cubanas, muito bem treinadas e fortemente equipadas pelas nações do Bloco do Leste, derrotaram os
combatentes do exílio em apenas três dias e a maior parte dos invasores foi capturada
pelo exército cubano.
Panorama aéreo da região do conflito
Com isso, as relações
entre Cuba e EUA que já eram péssimas, deterioraram-se ainda mais. E no ano
seguinte, tornou-se insustentável com a Crise dos Mísseis.
Sob o codinome "Operação Magusto", a ação tinha como
objetivo principal derrubar o recém-formado governo socialista e assassinar o líder da
Revolução Cubana, Fidel Castro.
Depois de três dias de
combates, os mercenários foram vencidos com facilidade e Fidel declarou vitória sobre o
imperialismo americano.
Ok... Na
verdade, Fidel Castro já esperava um ataque direto à ilha, tendo sido alertado
previamente por Che Guevara, que presenciara um ataque semelhante à revolução
ocorrida na Guatemala.
Com a invasão iminente, Fidel anunciou em um fervoroso discurso no dia 16 de abril de 1961, pela primeira vez, o caráter socialista da revolução e, como previsto, no dia seguinte, teve início o ataque à ilha, na Praia de Girón, localizada na Baía dos Porcos.
Diagrama com os movimentos durante a crise
Através
da CIA, o governo estadunidense treinou 1.297
exilados cubanos, ligados à
ditadura de Fulgêncio Batista e baseados em Miami, para a ação visando destruir o governo de
Fidel Castro.
No
dia 18 de abril de 1961, o primeiro-ministro da União Soviética, Nikita Kruschev, enviou uma enérgica carta ao Presidente Kennedy na qual
demonstrou claramente a indignação da União Soviética em relação à essa invasão
e conclamou Kennedy a interrompê-la para evitar o perigo de uma conflagração
generalizada. Abaixo, uma transcrição da carta:
"Moscovo,
18 de abril de 1961, 14h00" (06h00 em Washington)
"Senhor Presidente, estou enviando-lhe esta carta numa hora de alarme,
assustado com o perigo da paz em todo o mundo. Uma agressão armada teve início
contra Cuba. Não é segredo para ninguém que os bandos armados invadindo aquele
país foram treinados, equipados e armados nos Estados Unidos da América. Os
aviões que estão bombardeando as cidades cubanas pertencem aos Estados Unidos da
América, as bombas que estão lançando foram fornecidas pelo governo
americano."
"Tudo isso desperta aqui na União Soviética um compreensível sentimento de
indignação por parte do governo soviético e do povo soviético."
"Suas declarações, feitas há poucos dias atrás, de que os EUA não
participariam de atividades militares contra Cuba criaram a impressão que os
principais líderes dos Estados Unidos estavam levando em consideração as
consequências para a paz geral e para os próprios EUA que uma agressão contra
Cuba poderia representar. Como pode o que está sendo feito pelos Estados Unidos
ser compreendido, quando um ataque contra Cuba agora se tornou um fato
?"
Nikita e Fidel Castro
"Ainda não é tarde demais para evitar o irreparável. O Governo dos EUA
ainda tem a possibilidade de não deixar a chama da guerra, iniciada pelas
intervenções em Cuba, se tornar uma conflagração incomparável. Sr. Presidente,
dirijo-me a V. Exciª um urgente apelo para que ponha um fim à agressão contra a
República de Cuba. Os armamentos militares e a situação política mundial hoje
em dia é tal que qualquer uma das assim chamadas "pequenas guerras"
pode deflagrar uma reação em cadeia em todas as partes do mundo."
"No que concerne à União Soviética não deve haver engano sobre nossa
posição: Nós forneceremos ao povo cubano e a seu governo todo o apoio
necessário para repelir o ataque armado a Cuba (...)
"(...)Espero que o governo dos EUA vá considerar nossas posições, ditadas
pela única preocupação de não permitir passos que possam conduzir o mundo a uma
catástrofe militar."
O
episódio e seu desfecho é motivo de orgulho para o governo cubano e retratado em outdoors e
representações artísticas espalhadas por Havana e algumas das principais cidades da ilha sobre o sucesso da ação militar:
Charge satirizando a tentativa frustada da invasão de Cuba |
Entretanto, como foi visto
mais acima no post, a situação ainda iria piorar, após a "Crise dos Mísseis"
no ano seguinte. Mas aí, já é outra história...
OBRIGADO PELA VISITA... |
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