Adoro ler, e este foi o meu presente [Amigo Oculto/Secreto] de minha esposa Rosita. Estou devorando-o...
"Esquecer Hitler é um perigo. Hitler nos mostrou como é fina a camada de verniz da civilização."
Anthony M. D'Agostino [Time, 24 de janeiro de 2000]
Para escrever "O piloto de Hitler", C. Glen. Sweeting, norte-americano especialista em história militar alemã, fez uma extensa e rigorosa pesquisa e resgatou o testemunho de um homem obstinado e fiel a Adolf Hitler não só até seus últimos momentos no bunker da Chancelaria na Berlim sob ataque dos soviéticos, mas também após o suicídio do ditador derrotado, mesmo depois de ter sofrido dez anos em prisões e campos de trabalho forçado na União Soviética.
Piloto do ditador a partir da ascensão do nazismo, Hans Baur era a sombra de Hitler no céu.
Sweeting retrata em detalhes preciosos, através na ótica de Baur os dias de Hitler, em momentos de glória, delírios diabólicos e megalomaníacos [tenho o mundo no meu bolso], e do humilhante fracasso, desde a 1ª Guerra Mundial e sobretudo durante a Segunda. O autor segue os passos [ou melhor, os voos] de Baur, ao mesmo tempo que registra a evolução do nazismo e o progresso a aeronáutica a serviço da guerra.
Hitler se sentia mais seguro no ar do que em terra. De 1932 até o fim fez somente um único voo sem Hans Baur, a quem promoveu a general de brigada SS. Assim como outros generais, Baur jurava não ter ouvido nada à respeito do genocídio.
C.G. Sweeting tenta entender o enigma que foi Baur em sua fé inquebrantável por Hitler e levanta questões sobre o que teria levado a Alemanha ao nazismo.
Os capítulos finais, sobre a queda do III Reich, a tentativa de fuga dos generais de Hitler [o medo deu asas ao pés, escreve o autor], a prisão de Baur e os longos, cruéis e repetitivos interrogatórios soviéticos [Stalin acreditava que Baur havia levado Hitler para fora da Alemanha], a libertação e o retorno de Baur ao seu país são eletrizantes.
Não se pode esquecer Hitler.
Conhecer bem a história, como detalhadamente descrita por Sweeting neste livro, é essencial para evitar o retorno da bestialidade entre os homens.
Hugo Almeida [editorial]
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